A Educação Escolar de Pessoas com Surdez
Na Educação de Pessoas com Surdez, é preciso considerar que, entre os
vários caminhos Pedagógicos para o Atendimento Educacional Especializado, numa
perspectiva inclusiva, esse se constitui o mais difícil de ser trilhado pelos
profissionais de educação. Devido aos problemas político-filosófico,
pedagógico, metodológico, de gestão e planejamento da escola brasileira, as
barreiras que surgiram, ao logo das décadas, tornando-se um grande atraso
educacional.
Nessa época, não havia a intenção de esclarecer que ato educativo
relativo ao contexto escolar voltado para o aluno com surdez, necessitava de
ser redirecionado, construindo novas e infinitas possibilidades que estimulassem
o aluno a uma aprendizagem contextualizada e significativa, desenvolvendo o seu
potencial e habilidade cognitiva, linguística e sócia afetiva. Através de novas
propostas capazes de gerar novos ambientes de aprendizagem.
O AEE como referencia para educação inclusiva constitui-se em uma proposta
direcionada aos alunos com surdez. Como diz Damázio (2005), “significa preparar
para a individualidade e a coletividade, provocando um processo dialógico, buscando
a superação da imanência,” e da busca de mudanças sociais, culturais,
filosóficas e conta com os três momentos didático-pedagógicos.
A abordagem da Educação de pessoas com surdez inicia-se a partir de
grandes conflitos ocorridos há duas décadas, entre gestualistas e oralistas. Ao
longo do tempo, esse confronto tornou-se referencia nas políticas públicas, nos
debates e nas pesquisas científicas, nas ações pedagógicas direcionadas a este
aluno especial. Contudo, não se despreza jamais as três concepções diferenciadas
voltadas ao oralismo, bilinguismo e a comunicação total. Há um conceito definitivo
centrado ora na inserção desses alunos na classe comum, ora na classe especial
ou na escola especial.
Partindo do pressuposto que as escolas especiais pautam no oralismo onde
a capacitação desses alunos está voltada para a utilização da língua da
comunidade ouvinte. Não obstante, as proposta educacionais, baseado no
oralismo, não alcançaram os resultados satisfatórios, normalizando as
diferenças. Com o passar do tempo, foi possível observar que a comunicação
total definiu as pessoas com surdez de forma natural, pois passou a aceitar as
características, considerando as intenções sociais. Além disso, não é possível
desconsiderar as áreas cognitivas, linguísticas e afetivas do aluno.
A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação
Inclusiva surgiu e trouxe no seu bojo as mudanças para o ambiente escolares nas
práticas sociais e institucionais, promovendo a participação e aprendizagem de
aluno com surdez na escola comum. É consciente a aceitação de que os alunos com
surdez não podem ser alojado ao restrito mundo dos surdos, com uma identidade e
uma cultura surda.
Começa-se a pensar e a construir uma pratica pedagógica que tenha como ponto
de equilíbrio a abordagem bilíngue, dando ênfase ao desenvolvimento das
capacidades individuais das pessoas com surdez na escola. Tal conceito eleva a
instituição escolar, porque a condiciona a está preparada para compreender as
pessoas com suas distinções física, psicológica e nos seus contextos sociais.
Percebe-se que as práticas de sala de aula comum e do AEE
devem ser articuladas por metodologia de ensino que estimulem esses alunos vivências
e que os levem a aprender a aprender, criando condições de aprendizagem dos
alunos com surdez na abordagem bilíngue. Retratando o contexto histórico, e
lembrando Moura e suas ideias de que a educação de pessoas com surdez estava
focada no oralismo, isso no século passado.
Com isso, houve uma crescente onda de manifestações prol oralismo. Nessa
época, inúmeros movimentos aconteciam em todo mundo, excluindo o uso do método
gestual. A partir desse momento, houve diversos estudos em vários países do
mundo, amadurecendo concepções em favor da linguagem de sinais. Contudo, ainda
existe uma grande dimensão entre o que se quer de real para a educação dessas
pessoas, e o que não se alcançou, em virtude de um vácuo entre teorias e a
verdadeira concepção para ser aplicada no desenvolvimento desses alunos.
Enfim, o que foi estudado e aplicado na educação de pessoas com surdez
somente terá ressonância quando forem respeitados os princípios pedagógicos
essenciais, que garantam o acesso às línguas obrigatórias para o atendimento
dos alunos com surdez.
Referencias:
DAMÀZIO,M.F.M.;ALVES. AEE do aluno com surdez cap. 2. São
Paulo: Moderna 2010.
MOURA, Maria Cecília. O Surdo:
Caminhos para uma Nova Identidade. Rio de Janeiro: Revinter, 2000.
DAMÁZIO. Mirlene Ferreira Macedo.
Educação Escolar de Pessoa com Surdez; uma proposta inclusiva. Campinas:
Universidade Estadual de Campinas, 2005. 117 p. Tese de Doutorado.